OK Go: dá o play e corre!

  • terça-feira, 16 de novembro de 2010
  • Wash.
  • Tava fuçando qualquer coisa no Youtube, como de costume, pulando aleatório de link pra link, e acabei de novo chegando nos vídeos do OK Go: uma banda relativamente comum - e relativamente boa, pro nível médio sonoro encontrado na atualidade, já que soa com alguma coisa próxima à Elvis Costello, só que com um diferencial interessante: a criatividade de seus vídeo-clips. Super efeitos especiais, estórias mirabolantes, curtas metragens produzidos pelo Spielberg? nada disso: é dar o play na Cam, sem cortes, e mandar ver na dancinha, coreografia ou seja lá o que for. Ambientes e objetos dos mais variados: parque público, quintal de casa, sala branca, cachorros, esteiras, máquinas de movimento contínuo: tudo é muito bem desenvolvido nesse esquema plug-and-play. A coisa é tão criativa e fundamentada - e geralmente tão simples - que tem-se até a impressão que as músicas são criadas já pensando no vídeo, de tão perfeitos que saem os encaixes e coreografias de acordo com os tempos, levadas, viradas e contratempos dos sons. Compilei os mais interessantes aqui (inclusive o mais famoso - o das esteiras), caso você não conheça, ou saque um ou dois apenas, vale a pena conferir:











    sobre a obviedade - considerações gerais da campanha eleitoral de 2010.

  • quarta-feira, 3 de novembro de 2010
  • Wash.
















  • brava gente brasileira (tsk...):

    vamos deixar bem claro alguns pontos que vieram à tona nessa eleição, inclusive aqueles que, apesar do ano vigente de 2010 - o ano em que supostamente "fariamos contato", e apesar de estar ciente que algumas coisas ainda existem nos dias de hoje, mesmo assim, confesso que me estarreci. aos fatos:


    * me parece que ficou claro que não havia canditatos. não ganhou o candidato com a melhor proposta porque NÃO EXISTIA um candidato com melhor proposta: ou continuava o programa do atual governo (que ao meu ver foi o melhor que se conseguiu nos últimos 30 anos) com uma candidata duvidosa, ou voltava aos moldes do bom e velho BRASIL-SUBMISSO-LAMBE-BOTAS-DE-GRINGO ostentado até oito anos atrás. ou, num terceiro e esdrúxulo caso, se chutava o balde geral com um candidato "pequeno" e deixava o barco tocar à deriva, estilão "seja o que deus quiser". o voto foi puramente cívico, porque o cidadão brasileiro acredita que votar é um "direito" seu (resultado do trauma de anos de regime militar ditatorial) e nem cogita que também é seu direito não ir até lá votar . se bem que 21% de abstenção nesse segundo turno já deixa claro o valor que os candidatos tiveram pro eleitorado.

    * ficou claro também que o eleitorado brasileiro é dividido em 2 classes sociais distintas: de um lado a classe baixa e a classe que ainda beira a miséria, tentando manter os poucos benefícios que conseguiram nos ultimos oito anos, e que se equilibra do jeito que dá, porque antes nem isso conseguia fazer. de outro lado a classe alta, que AMA ter seus previlégios, seus conluios, que é louca pela submissão aos países de "primeiro mundo", os mesmos que estão pedindo água pro BRIC nesse exato momento. num entremeio fica a suposta classe média, os profissionais graduados nas Uni-qualquer coisa que, pretenciosos ao extremo, acompanham a idéia burguesa que "governo populista é comuna-marxista-pedo-canibalista" (juro que eu não sabia que ainda existia gente vivendo na Guerra Fria. e pior: no Brasil)

    * ficou claro também um absurdo impensável pra um país miscigenado: o separatismo xenofóbico da região sul-sudeste para com a região norte-nordeste, demonstrando a abrangência que a burrice atinge, inclusive aos jovens que frequentam universidades e aos quais se espera o mínimo de cultura e um óbvio senso de liberdade, de esclarecimento social, de saber o seu lugar no mundo e saber respeitar diferenças. cheguei à conclusão que eu espero demais desse povo daqui. ao menos eu esperava que fossemos melhores que americanos, no quesito "pensante"... mas não: é tudo farinha do mesmo saco. ainda bem que o Bush Jr. não se candidata aqui: capaz dele ganhar com folga...

    * falando em burrice e conservadorismo, entendi também que o estado se diz laico... mas é só apertá-lo na parede que ele ajoelha e grita "aleluia", faz declarações conservadoristas sobre assuntos muito bem resolvidos desde a década passada, como direito de aborto, opção sexual e uso de preservativo: candidatos escolhendo deuses do imaginário popular e deixando de lado saúde pública e direito social, veja só à que ponto chegou! próximo passo? políticos se ordenando pastores, padres assumindo cadeiras no congresso, o país mudando de nome pra República Fundamentalista Cristã do Brasil.

    * também ficou evidente o caráter "ético" da grande imprensa de massa brasileira. veja bem: concordo que a liberdade de imprensa se faz de importância  crucial para o mantenimento da democracia e direitos de um povo; e que a imprensa tem SIM que agir como oposição aos orgãos governamentais e indicar o que está sendo feito por trás das cortinas do poder; mas o que vimos aqui foi a imprensa brasileira simplesmente extirpar a imparcialidade de suas reportagens. e pior: MANIPULOU descaradamente a informação da forma que bem lhe conveio, apoiando cegamente algo que já experimentamos à um passado recente da nossa historia, e o que não entalou na garganta, a congestão foi pesada. A grande diferença da informação nesse ano futurístico foi exatamente essa via por qual eu escrevo, você lê, ele opina e nós rebatemos. a internet foi bem usada (claro: quando se sabe procurar e ir à fontes confiáveis. o que não é difícil, diga-se de passagem.)

    * e voltando ao "direito" do voto, uma coisa não ficou muito esclarecida pra mim: por quê, me diga, que quando uma pessoa não está interessada em votar, ela escolhe um "candidato" engraçadinho, que cria um jargão ridículo ou que fala o maior número de besteiras por centímetro quadrado da televisão,  escolhe e vota nesse aí com gosto e obstinação??? e depois ainda diz que foi "voto de protesto"??? assim, né... eu nunca perdi mais que 2 ou 3 minutos da minha vida pensando nisso, mas eu pergunto: já pensou em anular o voto? já pensou em NEM SAIR de casa pra votar??...
    pois é, povo. analisando esses poucos pontos, só me chega um reboliço de pensamento na cabeça: o futuro se mostra cada dia mais sinistro e tamo na pica do saci, viu. prestenção, brasileiro: usa pelo menos 2% dessa massa cinzenta ae, resolve "trabalhar esse lado de pensar", como diz umas modelos apresentadoras de televisão, hm? que tal?...

    dois garotos, um pipa.

  • quarta-feira, 27 de outubro de 2010
  • Wash.
  • domingo daqueles: iluminado, receptivo. o sol no topo de nossas cabeças. o almoço já havia assentado e uma leseira causada pelo conjunto da ocasião (lasanha, cerveja, caipirinha, cerveja) nos impediu de fazer a caminhada de costume até o aeroporto, onde deitavamos sob a cabeceira da pista, esperando, imóveis, os aviões pousarem a menos de 200 metros de altura de nossos corpos. dose de adrenalina necessária prum bando de adolescentes entediados. não naquele domingo, pós-almoço pesado, sol escaldante: sem a mínima possibilidade de longas caminhadas. não haveria o que fazer senão sentar de frente à grade do condomínio e ver as pessoas passarem, ver os carros passarem, ver o tempo passar.

    do outro lado da rua, num vasto canteiro cheio de capim baixo e entulhos, três garotos olhavam prum céu azul apinhado de pipas. pareciam os três amigos de mesma rua, de mesmas molecagens. ali tudo o que desejavam, com uma voracidade juvenil, eram os pipas em pleno combate aéreo. o primeiro que caisse já estaria de bom grado, e eles continuavam mirando, com pescoços curvilíneos, os olhos mentalizando um mantra de desejo pela queda de um deles.

    pois bem, eram três garotos, como eu disse. de todos aqueles pipas no ar, muito provavelmente um, apenas um, cairia. observando aquela situação, um lampejo de idéia brota na mente de cada um, quase sincronizados. ninguém ali era de má-indole; uma leve falta de caráter em cada um, talvez, mas como dizem: "cabeça vazia,..."

    olhamos uns pros outros, sentados do lado de dentro do condomínio: quase conseguiamos ver, com uma incrível expressão de satisfação nas faces uns dos outros, a rusga pendente nessa situação: por um desses pipas, esses garotos iriam até sair no tapa...!

    dito e feito. as linhas repletas de cortante deslizaram-se uma sob a outra, num embate pra sentir quem aguentaria mais, qual encontraria a aresta fraca da rival, qual cederia primeiro. um grande, pesado e bem composto de amarelo, vermelho e azul partiu. a linha boiou e o grande pipa flutuou leve no ar, fazendo movimentos de vai-e-vêm de acordo com as correntes de ar quente do domingo preguiçoso.

    "mandado! mandado!", os três gritavam esfuziantes, esbarrando-se, ziguezagueando quase sem direção. nós já sabiamos a tradição das ruas: o pipa vêm alto ainda, mas o trecho de linha cortada preso nele sempre chega primeiro ao chão. o primeiro que pegar a ponta da linha é o dono. simples assim. a única exceção é quando um marmanjo, já de estatura dobrada aos pivetes, também está na disputa. daí não existe um ganho justo, se é que você me entende... mas não seria o caso. os três garotos mantinham a mesma estatura, com pés descalços igualmente. e nós, do outro lado da grade, não estávamos dispostos à interferir: a disputa seria satisfatória. venceria garoto mais ágil. ou não?

    dois alcançaram a ponta da linha, sincronizados. o terceiro já deu como causa perdida e desencanou, voltando o pescoço perpendicular ao céu pra acompanhar o próximo que provavelmente cairia, tempos depois, deixando assim a propriedade do pipa pra disputa do que fosse mais convincente no argumento. ou mais forte: essa era a nossa deixa.

    através da grade começamos a incitar os dois semi-vencedores: "aee, o da direita pegou primeiro!", "não! não! foi o da esquerda!", "eu vi também, foi o da esquerda!!", "não, com certeza o da direita...", comentários diferentes em defesa de ambos se formaram, óbviamente prevendo uma disputa mais acirrada entre os dois pivetes, e dessa forma proporcionando um belo espetáculo pra quem não tinha coisa melhor pra fazer naquele domingo morto. os garotos foram tomando gosto pelas vibrações e torcidas de ambos os lados e começaram a se estranhar, exatamente como o nosso planejado; cada um com uma mão firme na linha e a outra empurrando o peito do rival: "é meu", "não, você viu que eu toquei primeiro", "nem fudendo, eu que peguei primeiro", "larga logo essa porra", e os empurrões aumentando, as ofensas verbais engrossando, e os urros do outro lado da grade se intensificando.

    inesperadamente um deles - de mesma estatura, porém mais desprovido fisicamente, molecote ainda encorpando - picou uma rasteira magnífica no outro. já até soltara da mão do pipa pra ficar mais direcional. o mais fortinho estatelou no chão e o magrelinho montou em cima aos socos, uma sequencia incrivelmente ágil e vigorosa pra alguém de seu porte, todos os murros direto na cara. o gordinho empacotou no terceiro ou quarto jeb. apagou na hora. e nós do outro lado da grade, boquiabertos, emudecemos por alguns segundos. num impulso olhamos uns pros outros e corremos em direção à portaria, dando a volta do condomínio até o campinho do outro lado da rua.

    o miúdo olhou pra nós com aquela cara de "que foi?", calmamente se levantou por sobre o outro e pegou seu prêmio caído ali ao lado, pela rabiola. o fortinho ainda no chão, começava à dar sinais de consciência novamente. "você tá bem? garoto, você tá legal?", perguntamos preocupados. sacudindo a nuca empoeirada ele se sentou ali mesmo, com um filete de sangue correndo do nariz, e se pôs a chorar copiosamente. ajudamos o garoto a terminar de se levantar e ele correu, meio cambaleante pra dentro do condomínio, berrando pela mãe, enquanto o vencedor já emendava a "pipa-troféu" em seu próprio rolo de linha, como se nada tivesse acontecido.


    ***


    heim?... ahh sim, só isso. fim da estória.


    o quê?... ahh, tem que ter um motivo complacente. uma "moral da estória", certo?! ok, então a moral da estória: nunca incite um garoto a fazer algo errado ou corrompível pro seu próprio divertimento. provavelmente ele o fará sem pestanejar.



    fim da estória.

    (4 meses depois, na maior cara-de-pau, como se nada tivesse acontecido...)

  • sábado, 28 de agosto de 2010
  • Wash.
  • eu nunca me surpreendi com o que veio na sequência
    não sei porquê, mas eu sempre me mantive preparado

    senão o grande segredo, ao menos uma grande auto-revelação
    é dar valor ao óbvio, ao previsível, ao possível
    é dar prioridade a sutileza

    a sutileza

    o composto dessa roda que gira, infindável
    só é equilibrado pela fina dosagem
    pela paciência do tempo
    pela grandeza do resultado final

    só é dosado pelo preciso equilíbrio
    pela sutileza de cada movimento, por mais cruel que ele seja.

    sobre o ato de ter um blog

  • quinta-feira, 15 de abril de 2010
  • Wash.
  • esse post vai em solidariedade ao meu amigo Marcelo Mayer, um blogueiro esperto, esperto não por ser blogueiro porque isso não é parâmetro pra nada: esperto porque usa isso aqui da forma correta: pra passar o tempo com sagacidade! sim, as duas coisas ao mesmo tempo!, demonstrando que é possivel vida inteligente nessa tal de blogsfera. confesso que ele não é o único, existem sim alguns vários blogs interessantíssimos, dá pra citar aqui até uma meia dúzia de alguns conhecidos que eu sigo e que vale a pena mesmo, te traz algo consistente: exemplos são meus amigos do APES e do Desmanche de Celebridades, sempre na vanguarda da massa pensante; tem alguns bem úteis, como o pessoal do Hominis Canidae; tem utilidade cultural no Desova do meu amigo Sávio, ou os comentários ácidos do Menezes sobre vida banal no Rascunhos de um Cotidiano Tedioso; tem as versões digitais dos saudosos e subversivos zines nas páginas do Zinismo e Lado [R]... tá vendo? foi até mais que meia dúzia! o mundo ainda tem salvação, enfim.

    agora, só pra enfatizar a idéia geral, sendo objetivo e sem perder o foco porque já to com sono e está tarde: blogs podem ser bons passatempos, mas não vão salvar a vida de ninguém. o que eu quero dizer é mais ou menos isso:



    e sim, aproveitando o encejo, foda-se o meu também.

    sobre o Ficha Limpa (ou sobre coisas que a gente sabe que nunca vão mudar)

  • terça-feira, 13 de abril de 2010
  • Wash.
  • eu não gosto de política. nem um pouco. pra ser sincero eu odeio política. uhum. nem sei porquê inventei de escrever algo sobre isso, eu nunca votei em nenhum candidato, nunca tive candidato: sempre anulei meu voto. nem posso dizer que acho isso bonito, algo pra se orgulhar. afinal, anulando seu voto, você também está SE anulando como indivíduo na sociedade em que precisa conviver, dia a dia; a explicação mais coerente pra isso que eu posso te dar é que talvez dessa forma preferi me ausentar, nesses anos todos, do peso da responsabilidade de colocar um imbecil lá, decidindo por mim coisas que eu não preciso que decidam por mim: eu sei das minhas responsabilidades, dos meus deveres e principalmente dos meus direitos convivendo com todas essas 19 milhões de pessoas confusas e sem direção, das quais muito provavelmente mais de 80% precisem de alguém falando sim, o que elas devem fazer de suas vidas. óbviamente sem um resultado palpável, mas...

    e além disso, PRINCIPALMENTE, pra não me arrepender ao ter colaborado em tamanha besteira quando vejo por algum veículo de informação que aquele mesmo cara em que eu havia depositado minha confiança, há meses atrás, deixou um rombo faraônico na grana da União, deu uma de louco e renunciou o cargo, pra poder se candidatar na próxima eleição com aquela cara lavada de "eu nem tava aqui quando isso aconteceu". a não serrr, claro, que você desperdice o seu precioso voto num cara que foi "ENGRAÇADO" na campanha; ou naquele outro que tem um discurso assombrosamente fascista mas você não repara no que ele tá dizendo porque a barba dele é "esquisita" e ele consegue articular 450 palavras em 15 segundos de propaganda. ou quem sabe naquele ator famoso que não sabe NADA de política e só entra lá porque quer (assim como você e eu) um salário astronônico e imunidade politica até pra tocar fogo em mendigo ao meio dia no viaduto do Chá, se tiver vontade. (que fique claro: eu não tenho vontade de tocar fogo em ninguém!, só de ganhar o salário que esses bastardos ganham.)

    mas a questão em voga que eu proponho nem é a politica em si. são os atos praticados em torno da politica, pequenos e imperceptiveis (!!...) detalhes, coisas que todo mundo tá careca de saber que acontece, enfim, presepadas de todo grau e circunstância que se possa imaginar tendo como apoio simplesmente a imunidade parlamentar pra se defender de qualquer uma delas. e quando falta recursos ou desdobramentos verbais bizarros, simplesmente renunciam, como já foi dito.

    e seguindo a longa tradição da "malemolência" do politico brasileiro pós-ditadura - eleição de Collor calcada pela midia-orwelliana, máfia consentida PC Farias, contas bancárias impensáveis de Paulo Maluf nas ilhas Caimãn, as inúmeras (inúteis) CPIs de precatório, pizza, ambulância, mensalão e outros nomes inventados pra virar piada, abuso de poder de Renan Calheiros, mais mafia consentida de Roberto Jefferson, o caso Arruda mais recentemente, só pra citar alguns exemplos, caso o BBB #10 e quedas de aviões e caso Nardoni e caso Glauco e terremotos no Haiti e Chile e caos no Rio de Janeiro tenham feito você esquecer isso tudo... não se preocupe: isso é feito exatamente com o propósito de que você esqueça tudo mesmo.

    retomando: seguinda essa longa tradição, agora essa do projeto Ficha Limpa, um projeto de lei que proíbe de se re-candidatarem os politicos que por algum motivo tiveram seus filmes torrados na vida pública. na real essa lei é só um "botar de castigo": ela não tem um efeito permanente, só impede por um tempo do fulano continuar ganhando dinheiro da forma que ele bem entende só com o nome do cargo político. só dá um "esquenta" nos bichos, pra ficarem espertos. pra mim, só seria realmente efetiva se BANISSE PRA SEMPRE os caras que fazem mal uso do poder público. mas ok. já é alguma coisa.

    enfim, esse projeto tá em processo de aprovação já desde 1993. dessa vez alguém resolveu levar isso a cabo e, vejam só, era pra ser votado no plenário nessa semana que passou, mas foi adiado!... sem maiores explicações, pra maio!! mesmo tendo em mãos uma petição de 1 milhão e 700 mil assinantes apoiando o projeto de lei!! que coisa, não? porque será que nem eu, provável nem você, nos espantamos com isso?? será que é porque ele passando pra maio, e SE for votado em maio, e SE for aprovado, já foi tempo suficiente pros caras queimados terem se candidatado novamente pras eleições de novembro?? será que pode ter a ver? não sei, viu... quem sabe...

    o lance é que, além desses 1,7mi que assinaram a lista, eles pensam que existem 150 milhões de idiotas que não vêem nada o que está acontecendo em suas voltas; o lance é que abusam da sorte, apoiados na tal imunidade parlamentar, e que não sacaram ainda que na Revolução Francesa, quando a galera se ligou que existia uma diferença entre "humanos e lixo", a imunidade parlamentar foi pras picas, não adiantou de nada pras cabeças rolarem. vão esperando então: eu quero ver as RUAS, se essa porcaria de projeto não for aprovado. 1 milhão e 700 mil, talvez 2 milhões ou mais (continuem assinando), de lenço na cara, molotov na mão, e RUAS!!!

    do mais, e por enquanto, a arma é informação. leia. procure sozinho pela informação. seja seletivo quanto a ela, porque não se deve confiar em tudo que se lê também: tenha bom senso, o bom senso já é metade do caminho andado pro bom aproveitamento do cérebro, essa parte tão subestimada do nosso corpo. aqui vai uns lugares de utilidade pública pra você que não quer ser (tão) enganado da próxima vez que tiver que sair de casa pra ir perder seu tempo (ou não) votando:


    http://www.votoconsciente.org.br/ - no tópico atuação em SP, lá embaixo, tem link pra saber quem são os deputados de SP e avaliação de cada um deles e de seus respectivos partidos.

    http://www.transparencia.org.br/index.html - no Transparência Brasil você encontra projetos que foram aprovados e seus efeitos, concientização do voto, andamentos e processos de licitações, infos sobre corrupção (e combate) no país todo.

    http://www.asclaras.org.br/2006/index.php - o Às Claras mostra dados detalhados pela Justiça Eleitoral de, por exemplo, de onde saiu a grana que seu candidato usou pra financiar a campanha política dele, inclusive quem são os doadores.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil - só pra conhecer um pouco o lugar onde você mora. coisa básica.

    http://www.midiaindependente.org/ - notícias sobre vários cantos do mundo; coisas que você não vai ficar sabendo no Jornal Nacional, muito com certeza.

    tá na sua mão.

    sobre a Academia Brasileira de Letras (ou sobre o que você deve fazer com a sua vida é problema só seu)

  • segunda-feira, 22 de março de 2010
  • Wash.
  • ahhhh! Simpsons e South Park!: as verdadeiras - e talvez únicas - mentes pensantes da televisão estadunidense! sou fã confesso dessas pérolas da tv exatamente por episódios como esses dois aqui. e de fato você verá, assim que assisti-los, que não os reuni à toa: foi pensando na Academia Brasileira de Letras. (heim???...) é sério! de início vai parecer que não tem nada a ver, mas eu faço as co-relações e passo de um assunto pra outro, você vai sacar: "a nossa violênça têm um porquê".

    ***

    em feveiro de 2010, mais conhecido como "mês passado", a academia perdeu um de seus membros, José Mindlin. não teve obras de suma importância, mas ok, foi um colecionador e apaixonado pela "nossa" língua portuguesa. vá lá, fez assim valer sua presença numa das cadeiras. o tio passou, agora tem uma cadeira sobrando. tendo como base certos nomes que ocupam alguns dos assentos da associação hoje em dia - Paulo Coelho, Ivo Pitanguy, José Sarney, Marco Maciel (sic...), pensa comigo: o que esperar das próximas candidaturas a ocupar o lugar do próspero velhinho? e você, que é estudante das origens e do bom uso desse idioma recorrente, ou inclusive você, que USA esse idioma diariamente pra comer, viver, trabalhar, se comunicar, me responda: OnDjI eH Ki IsSu VaI pArAr, MiGuXxXo?!?!...

    fazendo uma rápida - nem precisa ser detalhada - pesquisa em livrarias ou locais gerais onde vendem livros, qualquer um vai sacar que os items mais vendidos são sempre de alguns mesmos autores: Augusto Cury, Zibia Gasparetto, Gustavo Cerbasi: livros de auto-ajuda!, meu deus, brasileiros são viciados em livros de auto-ajuda! é isso que as pessoas lêem hoje em dia!, tá entendendo onde eu quero chegar?: palestras sobre relações interpessoais carregadas de metáforas e parábolas, frases de efeito, palavras de apoio reflexivas: piadas prontas com a inteligência em construção. (taí uma boa frase de efeito!: por favor senhores escritores, que tal encaixar isso no prefácio dos seus geniais guias práticos da "VIDA: como vivê-la"???...)

    tenho pra mim uma tradução pessoal do termo auto-ajuda: "escolha imposta". essas palestras que os patrões pagam pequenas fortunas pra "incentivar seus funcionários", cheios de boas intenções - satã agradece. trocando em miúdos, é um método suave e indolor de controle de personalidade em massa, passiva à nova ordem mundial globalizada: palestra de auto-ajuda é visar lucro amansando o "gado", camaradas bolcheviques!!!

    anyway, esses dois episódios de Simpsons e South Park eu coloquei aqui pra servir de exemplo prático sobre o que eu to falando. o primeiro trabalha mais com a lógica de uma situação: "faça somente o que tem vontade"; não é um conselho de nenhum gênio, todo mundo anseia em poder fazer só o que tem vontade, isso é uma sequência óbvia pra onde vai caminhando o rumo da sua vida! porém o imbecil que receita essa "fórmula genial" pra massa de Springfield se esquece de dois fatores importantíssimos: as possibilidades - intelectual e financeira - que a população possui pra realizar tal feito. se tratando da comunidade caricata de Springfield (que não isenta verdade no conceito de cultura de massa, inclusive da nossa), daí se tem idéia do tamanho da merda que pode gerar um conselho troncho saido da boca de qualquer idiota que pensa que sabe mais do que qualquer um.



    além desse capitulo dos Simpsons, dá pra citar mais alguns exemplos de como a "auto-ajuda" pode ser convertida facilmente em "auto-destruição" da natureza humana:

    - no filme Réquiem for a Dream, de Darren Aronofsky, um dos personagens, uma senhora dona de casa recebe um convite (não se sabe bem se ela realmente recebe o convite) pra comparecer à uma plateia de algum programa televisivo de auto-ajuda. ela resolve usar um belo vestido vermelho de sua juventude, mas seu corpo ficou desprevilegiado pela idade. resolve assim procurar um médico, indulgente, que lhe receita uma sequência de barbitúricos e anfetaminas pra que ela consiga o feito de entrar no vestido. ela entra. ahh, entra...

    - outra película americana, Magnólia de P.T. Anderson, serve bem pro caso: o personagem de Tom Cruise é um idolo palestrante que tem uma função curiosa: ele ENSINA homens sexualmente inibidos e frustrados a serem devoradores de mulheres, verdadeiros caçadores nas noites dos pubs e boates; o grande problema é que ele se preocupa tanto em parecer o melhor, que apaga da memória os problemas de familia que teve quando adolescente, e tem que enfrenta-los todos de uma vez, da maneira mais dolorosa, no leito de morte do pai canceroso.

    -bom, vou poupar comentários sobre como programas de auditórios dominicais e esses programas observatórios de convivio social, BBBs e afins, todos esses exemplos de repetição subliminar de mensagens como causadores de passivamento social condicionado: todo mundo já sabe disso, né. (será??... qual é a audiencia do BBB mesmo?...)



    o segundo episódio é bem mais ácido. é South Park, poh!: se não for cáustico e politicamente incorreto, não é South Park! é óbvio e dispensa comentários: o ataque vêm no setor espiritual. é. aquele que muita gente ainda acha que pra viver melhor é necessário venerar um ser maior, onipotente, onisciente, onipresente. ou um idiota qualquer que diz ter a palavra da verdade... poh, é foda: eu sei, eu me seguro, eu me desvio, eu evito ao máááximo tocar nesse assunto, mas ocasiões se fazem necessárias. eu gostaria de não ter que dizer que nenhum homem e nenhum deus vai te ensinar como você deve viver sua vida, que não vão te ensinar o que é a verdade, o que é a mentira, o que é certo ou errado. não gostaria de ter que dizer que você já nasceu sabendo, é só desenvolver o lado que te interessa mais. eu gostaria de não ter que dizer que nenhum deus vai te punir se você se masturbar, ou se você escolher não procriar, ou se você não venerar nem ter medo de algo que você nunca viu e nem sabe bem se existe ou não. eu gostaria de não ter que dizer pra você que não adianta bater na sua esposa e no seu filho, ou atropelar um cachorro só pelo gosto de ver o bicho estrebuchar, ou se você torturar e matar alguém, e depois pensar que estará salvo e LIMPO dos seus erros ao pedir perdão na igreja pra algo que não decide por seus atos e julgamentos nesse planeta.

    eu gostaria de não dizer nada disso.
    mas eu digo.

    ***

    ah sim! sobre a votação da ABL! o que vai?: Augusto Cury, Zibia Gasparetto ou Cerbasi?
    eu voto em voltar a falar tupi.

    sobre a insignificância da grandiosidade

  • terça-feira, 9 de março de 2010
  • Wash.
  • conforme fatos e acontecimentos vão se precedendo, com o tempo fica cada vez mais claro, ao que parece, que são nos momentos mais cretinos que se têm os melhores insights.

    tava lá eu de novo no meu ostracismo, assistindo tv. mudo de canal, paro numa matéria de jornal sobre deficientes fisicos e soluções práticas, e algumas fisioterapeutas de atividades ocupacionais tiveram uma ideia absurdamente simples: dobrando alguns ferrinhos maleáveis, facilitam e aliviam a vida de quem tem que desenvolver os afazeres do dia-a-dia, mas não possuem a praticidade que a maioria das pessoas possuem pra realiza-las. ferrinhos maleáveis, vejam só... agora eu fico pensando em teses, palestras, teorias, a busca clinica profissional por soluções, a ciencia mais moderna e milimetricamente exata sendo utilizada... e vai lá uma estudande observadora, entorta uns ferrinhos e voilá!!... resolve os problemas de meio mundo!

    não estou reclamando da ciência e da tecnologia, nem cabe a mim essa prerrogativa, já que é de minha crença que graças à evolução da ciência, da medicina, da filosofia iluminista, ao pensamento moderrrno enfim, que nosso mundo "civilizado" não é mais controlado pela fé e pela religião. ou pelo menos uma parte dele. uns 35% dele, vai...! mas de fato essa não é a questão, e pra isso nem vou me estender: o caso é que as pessoas - eu, você, enfim, as pessoas - tem a péssima mania de complicar o descomplicado, de não enxergar soluções simples, de não enxergar simplicidade no complexo enrosco de teorias, fobias, regras, direitos e deveres, hierarquias e taboos, que criamos para convivermos com o minimo de descência que a racionalidade - e a consequente consciência de ser racional - nos cobra. é tudo tão complicado que se esquece do que é simples.

    e sobra para a comunidade cientifica, com toda sua grandiosidade e eloquência, adicionar silenciosamente esses pequenos detalhes, disfarçadamente, como se eles sempre existissem, como se eles estivessem ali desde o inicio de tudo e de repente a ciência se faz dizer "aah! pode crer! então! eu já sabia! só não queria dizer...", e se recolher em sua ineficácia e insignificância, tendo que engolir um sapo-boi sem nenhum cafézinho pra ajudar a descer, exatamente por não prestar a atenção nos pequenos detalhes. knowledge is the true punk way-of-life, pessoas.

    ok, então eu mudo de canal e tá passando o programa do Datena. eu deixo lá: quem sabe me ocorre outro insight, né...

    sobre a saudade.

  • domingo, 7 de fevereiro de 2010
  • Wash.
  • esse post tem a ver com essa minha ultima postagem. última não: essa dos clipes, mais especificamente. eu tava sem o que fazer em casa, depois de meio dia de trabalho, bebendo umas cervejas e vendo videos no youtube, escolhendo alguns pra postar aqui, só pra não deixar esse blog empoeirar. não tenho muito o que escrever ultimamente, isso acontece as vezes. enfim, de um video pra outro, encontrei esse video do Beirut, banda bem legal por sinal, por mais que digam o contrário: a banda não tem culpa se foram adotados por um público que não corresponde... mas ok, sobre o videos, nem sei se é um video oficial da música, parece ter sido um curta encaixado. mas se for isso mesmo, encaixou muito bem no contexto do som. e no meu contexto pessoal atual, confesso. primeiro o video:





    e após vê-lo e revê-lo, meu deu saudade. sim, uma puta saudade animal, fudida! e sim, junto com a saudade, me vieram alguns questionamentos esclarecedores (ou seriam esclarecimentos questionáveis?)... bom, você pode interagir -e não "interferir"- nessa linha de pensamento de senso comum: você sabe o que é saudade? você já sentiu saudade? saudade de alguem, de algum lugar, de algum momento passado da sua vida? obviamente são perguntas retóricas: você sabe que sim, que já.

    é complicado, em todos os sentidos. a palavra em si já traz uma velha discussão que divide opiniões: alguns dizem que saudade é uma palavra única e exclusiva da lingua portuguesa; obviamente não como sentimento, afinal em qualquer canto do mundo se sente saudade: é inegável que seja um sentimento humano recorrente. mas em expressão, como um substantivo abstrato, e sendo um substantivo não pode ser expressa por um verbo, como ocorre em outras linguas, ao que parece saudade é única. isso romantiza a ideia geral e faz com que nós, brasileiros, sulamericanos tropicais que somos, "calientes", gente afável, que se apega facil e sentimental até o osso, pareçamos os únicos que sentem isso de verdade. se não de verdade, mais do que qualquer outro povo no mundo. pode ser. pode ser. afinal cada povo no mundo dá mais importância pelo aspecto que se sobressai melhor: japoneses amam trabalhar e sua palavra preferida é "gambate kudasai" (se esforce mais, por favor); americanos adoram o "let´s party, dude!"; finlandeses sempre repetem "terveys!" brindando com seus copos de vodka em punho. os eskimós tem mais de 40 nomes pra denominar "gêlo". e nós, brasileiros, os "sofredores-que-nunca-desistem" por natureza, sempre dizemos "tô com saudade", da forma mais sincera possível. sincero sim, senão usaríamos outra palavra, pode ter certeza. e nem acredito que seja banalização da expressão: como eu disse, você pode muito bem usar outra palavra que leve a pensar que se sente a falta de tal lugar, tal coisa ou tal pessoa. e porque é necessário que se desenvolva o sentimento real pra falar ao menos a primeira vez, já que é um sentimento real e não se fala à toa, só por falar. tem que ter culhão. e nós temos essa qualidade de saber quando e como usar a palavra adequada.

    bom, me deu saudade, enfim. e nem foi uma saudade ruim, porque tem aquela saudade ruim, que você sente de algo, algum lugar ou de alguém que você raramente voltará a rever, dependendo do caso, nunca mais na sua vida. isso é uma merda de saudade ruim de sentir, você simplesmente tem que engoli-la a seco, seja do tamanho de um boi, ela tem que passar sua garganta adentro sem reclamação. existe uma saudade agoniante também, que a solução está visivel, você sabe até o que fazer pra mata-la, mas por terceiros motivos se tem que engoli-la da mesma forma que a primeira. e esperar que tudo se resolva da forma que tem de ser.

    mas nenhuma dessas é meu caso. minha saudade só dá aquele aperto, só fica superficial, boiando no topo da garganta, e não vou precisar engoli-la a seco, poderei soltá-la toda. é boa de sentir, porque eu sei que ela tem cura. tem até data de expirar: amanhã.

    ***

    ok, admito: esse foi um momento bem "blog teenager", falando de sentimentos recém-descobertos e novidades que se tem que compartilhar com suas "amiguinhas". ahh, foda-se!, tava afim de escrever essa merda e escrevi. me sinto melhor. é isso aí, te vejo por aí.


    sobre dias de sorte.

  • quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
  • Wash.

  • o post mesmo vai lá no http://fluoxetinacomcafe.blogspot.com/ . pra cá fica só a música magnifica dos Descendents, relativa ao tema. enjoy.


    (intermission)

  • domingo, 24 de janeiro de 2010
  • Wash.
  • pra não dizer que ando abandonando esse blog, dei uma passadinha aqui só pra postar uns clipes bem legais, que eu gostava de assistir na mtv quando essa era uma tv que se propunha a cumprir seu papel de canal de musica... enfim, isso é outra estória. vamos aos clipes:


    *Björk - Triumph of a Heart
    *OK Go! - Here we Go Again
    *Jeff Buckley - Grace
    *Foo Fighters - Everlong
    *Queens of the Stone Age - In my Head
    *Ween - I can't put my finger on it
    *Yo La Tengo - Sugarcube
    *Jon Spencer BLX - Ain't Talk about the Blues
    *Unsane - Scrape
    *Beirut - Elephant Gun


    enjoy.
  • quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
  • Wash.
  • PS: só pra dizer que as quartas feiras eu escrevo no http://fluoxetinacomcafe.blogspot.com/

    câmbio desligo.