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sobre a saudade.

  • domingo, 7 de fevereiro de 2010
  • Wash.
  • esse post tem a ver com essa minha ultima postagem. última não: essa dos clipes, mais especificamente. eu tava sem o que fazer em casa, depois de meio dia de trabalho, bebendo umas cervejas e vendo videos no youtube, escolhendo alguns pra postar aqui, só pra não deixar esse blog empoeirar. não tenho muito o que escrever ultimamente, isso acontece as vezes. enfim, de um video pra outro, encontrei esse video do Beirut, banda bem legal por sinal, por mais que digam o contrário: a banda não tem culpa se foram adotados por um público que não corresponde... mas ok, sobre o videos, nem sei se é um video oficial da música, parece ter sido um curta encaixado. mas se for isso mesmo, encaixou muito bem no contexto do som. e no meu contexto pessoal atual, confesso. primeiro o video:





    e após vê-lo e revê-lo, meu deu saudade. sim, uma puta saudade animal, fudida! e sim, junto com a saudade, me vieram alguns questionamentos esclarecedores (ou seriam esclarecimentos questionáveis?)... bom, você pode interagir -e não "interferir"- nessa linha de pensamento de senso comum: você sabe o que é saudade? você já sentiu saudade? saudade de alguem, de algum lugar, de algum momento passado da sua vida? obviamente são perguntas retóricas: você sabe que sim, que já.

    é complicado, em todos os sentidos. a palavra em si já traz uma velha discussão que divide opiniões: alguns dizem que saudade é uma palavra única e exclusiva da lingua portuguesa; obviamente não como sentimento, afinal em qualquer canto do mundo se sente saudade: é inegável que seja um sentimento humano recorrente. mas em expressão, como um substantivo abstrato, e sendo um substantivo não pode ser expressa por um verbo, como ocorre em outras linguas, ao que parece saudade é única. isso romantiza a ideia geral e faz com que nós, brasileiros, sulamericanos tropicais que somos, "calientes", gente afável, que se apega facil e sentimental até o osso, pareçamos os únicos que sentem isso de verdade. se não de verdade, mais do que qualquer outro povo no mundo. pode ser. pode ser. afinal cada povo no mundo dá mais importância pelo aspecto que se sobressai melhor: japoneses amam trabalhar e sua palavra preferida é "gambate kudasai" (se esforce mais, por favor); americanos adoram o "let´s party, dude!"; finlandeses sempre repetem "terveys!" brindando com seus copos de vodka em punho. os eskimós tem mais de 40 nomes pra denominar "gêlo". e nós, brasileiros, os "sofredores-que-nunca-desistem" por natureza, sempre dizemos "tô com saudade", da forma mais sincera possível. sincero sim, senão usaríamos outra palavra, pode ter certeza. e nem acredito que seja banalização da expressão: como eu disse, você pode muito bem usar outra palavra que leve a pensar que se sente a falta de tal lugar, tal coisa ou tal pessoa. e porque é necessário que se desenvolva o sentimento real pra falar ao menos a primeira vez, já que é um sentimento real e não se fala à toa, só por falar. tem que ter culhão. e nós temos essa qualidade de saber quando e como usar a palavra adequada.

    bom, me deu saudade, enfim. e nem foi uma saudade ruim, porque tem aquela saudade ruim, que você sente de algo, algum lugar ou de alguém que você raramente voltará a rever, dependendo do caso, nunca mais na sua vida. isso é uma merda de saudade ruim de sentir, você simplesmente tem que engoli-la a seco, seja do tamanho de um boi, ela tem que passar sua garganta adentro sem reclamação. existe uma saudade agoniante também, que a solução está visivel, você sabe até o que fazer pra mata-la, mas por terceiros motivos se tem que engoli-la da mesma forma que a primeira. e esperar que tudo se resolva da forma que tem de ser.

    mas nenhuma dessas é meu caso. minha saudade só dá aquele aperto, só fica superficial, boiando no topo da garganta, e não vou precisar engoli-la a seco, poderei soltá-la toda. é boa de sentir, porque eu sei que ela tem cura. tem até data de expirar: amanhã.

    ***

    ok, admito: esse foi um momento bem "blog teenager", falando de sentimentos recém-descobertos e novidades que se tem que compartilhar com suas "amiguinhas". ahh, foda-se!, tava afim de escrever essa merda e escrevi. me sinto melhor. é isso aí, te vejo por aí.


    0 coffee junkies: