Você está lendo freestyle #1

freestyle #1

  • segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
  • Wash.
  • um pouco de jazz e gim no fim da uma noite fria
    um pouco do calor dela
    que sobe da sua pele macia

    geralmente eu sei o que quero, só não sei como conseguir
    talvez noites frias em Juneau
    talvez tardes quentes em Barcelona
    geralmente eu consigo, só não sei o que quero

    é uma questão de tempo, eu sei.
    respiro cada lufada de ar, dou um passo maior do que a perna, boto a carroça na frente dos cavalos
    alcanço de um meridiano à outro com um abraço, com folga nas mãos
    questão de tempo

    agora
    no momento
    só me basta um pouco do gim e do jazz
    e dela, a pele macia
    pra aquecer essa noite fria

    ***

    minha idéia sobre poesia é a seguinte: em demasiado, poesia é um saco. o lance é que eu prefiro a parte analítica e descritiva da linguagem, e às vezes - ou quase sempre - me parece que poesia dá muitas voltas e não chega a lugar nenhum. mesmo porque parece que essa é a função da poesia: enfeitar o que era direto.

    mas é bonito. Manuel Bandeira por exemplo, é bonito. encaixe perfeito de palavras. trabalhar o anagrama de cada palavra pra que se tornasse criptografado os sentidos místicos de cada frase. às vezes ele demorava até 15 anos numa única poesia. eu NUNCA seria Manuel Bandeira, mesmo que não fosse amador. estou mais pras poesias "freestyles" do Bukowski, aquele jeito "chinaskiano" de botar as palavras. acho que por isso mesmo que como poeta, ele deu um ótimo cronista...

    0 coffee junkies: