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sobre drogas, baixo, sax e bateria

  • quinta-feira, 15 de novembro de 2007
  • Wash.
  • souvenir.
    aquilo nunca tinha me acontecido antes.
    de repente meus ouvidos foram fisgados por esse som incrível, que eu já tinha ouvido milhares de vezes por sinal, que eu nunca havia prestado atenção com tanta minuciosidade por sinal. as orelhas se dirigiram zumbificadas, como se ouvissem o chamado selvagem (que porra de chamado selvagem??!!...)
    sei lá. só sei que fiquei preso, ouvindo, detalhando.
    virou uma neblina e se misturou com lembrança.
    escureceu a sala toda e abriu só um clarão no meio, como aquelas cenas de film noir, chinatown, humphrey bogard... enfim; o que importa é que a fumaça do som se tornou lembrança.
    umas particulas que a gente pensa que perdeu pra sempre, mas não: estavam guardadinhas com cuidado, num cantinho. com carinho até.
    umas ceninhas, da porta de casa, de 4, 5 anos.
    levar o colchão no telhado pra pegar um solzinho do meio dia.
    os anos 80 chegando era a novidade. parece tudo mais claro.
    engraçado: esses caras de cinema realmente conseguem passar conceito de flashback, porque é igual...
    um pouquinho do cheiro da casa dos vovozinhos que tinha no apartamento da frente.
    latas de ferro da coca-cola, com anel pra puxar.
    hidrante que a galera consegue abrir e esguicha vapores de arco-iris no prisma do sol quente de dezembro.
    dias de domingo e amigos caminhando pela pista do aeroporto e deitando debaixo da cabeceira de pouso, completamente desafiando a vida quando se pensa em caos aéreo.
    tudo vindo na mente em 10 milésimos de segundo... que arquivo invejável que essa massa cinzenta comporta. processador nessa velocidade nunca será copiado.

    ...quer tentar? aposto que você consegue também...


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